
De todos os restaurantes de São Carlos, seguramente este foi o que eu mais vezes consumi. E isto não se deve à qualidade do estabelecimento, mas simplesmente ao fato de ser o restaurante mais próximo da minha casa que não cobra o olho da cara pelo quilo ou marmitex.
Talvez este, aliado ao roubo do botijão de gás, sejam os únicos pontos que move um cidadão em dia com os deveres eleitorais e militares a sair do conforto da casa para pedir o almoço maldito no dito restaurante.
Sejamos justos, a comida não é ruuuuim, mas a falta de variedade, especialmente no tocante às misturas, bem como algumas não-observação das mesuras necessárias ao atendimento, desanimam o consumidor. E a coisa tem piorado muito de uns tempos para cá. Façamos igual ao Jack Estripador e separemos as partes.
1)Falta de variedade: Antigamente, rolava um churrasquinho como opção de mistura, mas como isso dava muita dor de cabeça para o churrasqueiro que era o próprio dono do estabelecimento(tinha que ficar atendendo os clientes, um por um, mto trampo...), foi resolvido tirar essa opção do cardápio. Com o tempo, sumiu também a opção "peixe" e agora você tem que escolher entre o canelone, frango e bife (que é o pior que eu já comi em toda a minha vida) para compor a ração. De vez em quando, tem uma linguiça que esfarela na boca quando mordemos, que deve ser pior que a Wilson (A WILSON?!!!). Por isto, o marmitex sempre sai do jeito que pobre merece, sem nada muito inspirador... Se você é uma daquelas pessoas que só come carne branca, vai ter que se contentar com o marmitex pequeno, pois NÃO PODE MAIS ESCOLHER A MESMA MISTURA DUAS VEZES. Ou seja, somos obrigados a comer algo que a gente não quer, só para cumprir um capricho que surgiu da cabeça de algum retardado mental, que seguiu alguma lógica duvidosa; antigamente eu pedia frango E frango; hoje em dia eu tenho que comer aquele canelone com gosto de banana... E existe um problema: dependendo do dia, não tem marmitex pequena! Ou seja, o pessoal da carne branca ae dançou...
2) Atendimento: Quanto a este quesito, é bom pisar em ovos. A Anete em si (a dona) tem um atendimento excepcional, mas o marido dela é um escroto - briga com os funcionários na frente dos clientes, isto quando não dá uma bola fora com estes. Uma vez, na época longínqua onde serviam churrasco, um cliente perguntou para ele se tinha picanha, o que lhe valeu a resposta educada por parte do churrasqueiro, "tá pensando que isso aqui é um restaurante de luxo?"; tudo isso porque o pobre coitado superestimou o Anete...
Além disso, tem uma atendente que fica com cara de orifício anal o dia inteiro - podemos ver o suplício que é para ela servir marmitas e ganhar o dinheiro dela. E essa mesmo tem uma métrica bem mesquinha para montar o troço - hoje mesmo ela xingou a outra menina que serve por ela ter colocado dois punhados de macarrão para mim, ao invés de um. Em outra ocasião, ela me serviu um marmitex com um peso menor que o equivalente da comida por quilo.
O que falta o pessoal perceber é que o cliente tem que se sentir bem dentro do estabelecimento, pois ele não tem o dever de ir lá. Por isso, se o restaurante fosse meu, atendente de cara fechada seria mandada embora em dois tempos: tem tanta gente querendo trabalhar e educação é uma coisa fundamental para um empreendimento que vende diretamente ao público.
Tinha uma atendente muito bonita e simpática por lá, cadê?
3) Fluxo de comida: Hoje em dia, com a evasão de clientes que houve, nem chega a ser um problema tão grave (resolveram o problema da pior forma), mas ainda sim é deselegante o pessoal passar com uma tupperware de feijão na tua cara e despeijar o treco, com aquele barulho característico de comida de linha de produção enquanto você come, no meio do caminho. Quando o restaurante está cheio, ou estava (ê Anete, você deve de sentir uma saudade dessa época!), isto atrapalha o fluxo de pessoas, tendo que o garçom/nete ficar desviando do povo com o treco na mão.
Outro problema também é que a mulher da marmita, com pressa de se livrar logo do serviço, nos atropela quando estamos pegando a comida por quilo, o que atinge um nível de deselegância inimaginável.
4) Condições sanitárias: Uma vez, meu amigo pegou um mosquito verde do tamanho de uma jaboticaba frito no meio das batatas. Nunca entrei na cozinha, mas pelo evento, calculo que a ANVISA não classificaria com nota A.
Chega de falar mal, vamos ressaltar alguns prós:
1) Bom atendimento por parte da Anete: Ela vos dá facilidades como pagar em uma outra hora, truncar valores, além de sempre te atender com uma afabilidade que aproxima. Talvez ela seja o único motivo que me deixe com certo peso de balear tanto o estabelecimento. Porém, uma coisa que me consola é o fato de que ela poderia fazer do restaurante um lugar melhor.
2) Os vegetais são de fabricação própria: O que significa que você pode procesar diretamente o dono do restaurante caso ache algum verme asqueroso entre as folhas da alface; e são livres de agrotóxicos.
3) Preço de mediano a bom: Comparando com o preço na região, pode ser que valha a pena comprar lá, ainda mais se o aperto financeiro assim requerer. Até porque, as outras duas opções de marmitex na região é o do Picanha, que é caro, e o do Kully's, que só vem arroz... No entanto, é preciso ficar esperto, pois dependendo da atendente, compensa mais pedir para que seja por quilo, o que não faz sentido nenhum para mim
4) (que é uma vantagem só para mim): É perto da minha casa!
Bom, vendo os prós e contras e comparando o déficit de clientes, que só aumenta, não é preciso ser um gênio para descobrir que, se não houver uma greve nos restaurantes da USP ou UFSCar esse ano, e a estratégia de marketing não mudar, o barraco lá não tardará a fechar. No entanto, essa é a minha opinião - deve ter gente que adora lá, talvez eu só tenha sido azarado de não conhecer nenhum...
NOTA: 1,5
ONDE: Jd. Santa Paula, perto do kartódromo, de frente para o posto