domingo, 20 de março de 2011

Viação Motta - Viaje!

Para escrever este post eu procurei um pouco de informação no site da empresa, e lá encontrei algumas coisas que teriam me agradado caso eu não a conhecesse.

Para quem quiser conferir: "www.motta.com.br".

Fundada em 1967, portanto, acho que um pouco macaca-velha no ramo, a Viação Motta começou a operar entre os estados paulistas e mato-grossenses (atualmente, Mato Grosso do Sul). Hoje ela tem atendido mais de 400 cidades interligando os estados de SP, MS, MT, PR, MG, GO, DF e RJ. Sua sede fica em Marília (SP). E seu site é classificado nota 3,8 na Escala Mello-Oliveira.

Minha expericência prática com a Viação Motta advém de duas viagens traumáticas; por sinal, as minhas duas piores viagens de longa distância no quesito transporte terrestre... Para ser sincero, não sei se foram as minhas duas únicas nesta companhia.

A primeira aconteceu em 1993, de Cuiabá (MT) a Balneário Camboriú (SC). Tempo de viagem: 40h - coisa ruim é até de se esperar, mas na medida do possível, os funcionários devem fazer os maiores esforços do mundo para que os desconfortos sejam reduzidos. Tirando a parte do homem que estava fedendo na minha frente, acho que bêbado, os ônibus paravam muito, mas isso é reclamação comum. O problema pode ser solucionado com programação linear, mas isso pode ser exigir demais em logística humana, só deve prestar para cargas mesmo. Quanto à Motta em específico, reclamo na verdade é da condição dos ônibus, uma lataiada toda!!
Ao longo dos 1990 km, o banheiro foi lavado duas vezes. Uma delas foi em Campo Grande, a outra no Paraná (quase uma por estado). O banheiro fedia! Nuss! Todo mundo conhece aquele cheiro de produto químico roxo jogado em cima de urina... Os passageiros reclamaram, as respostas dos motoristas eram diretas e inquestionáveis "vai lavar o banheiro só depois". Às duas horas da tarde no interior do Paraná (aliás, estou no interior do PR exatamente agora!), finalmente chegou o momento da higienização. Tinha um problema: ninguém tinha almoçado! O motorista parou o dozerrodas na garagem, ficamos esperando a lavagem do banheiro, criança chorando, gurizada reclamando, a fome apertando que era uma beleza! E pelas duas e meia almoçamos azul. Enfim nós chegamos. Mas isso após muitas horas de chateação. Ali experimentei algo que já teria definido: a Viação Motta é ruim.
A segunda viagem talvez tenha sido ainda pior, o dono da Motta certamente não viaja nos mesmos ônibus que eu. O ônibus QUEBRAVA! Observação especial para o tempo verbal utilizado (terminação "ava"). Ah... que beleza, ah... Que legal! Aconteceu em 2007.Tirando a parte da falta de respeito na relação funcionário/cliente, pois já parecia praxe, a viagem Cuiabá a Rio de Janeiro, 2025 km, (36h, que virou 40h) foi tão traumática quanto. Eu comprei a passagem e lembrei da primeira experiência, eu tinha esperança de que as condições tivessem melhorado, visto que haviam se passado quase 15 anos da outra referência mottistica; mas serviu para bater o martelo a favor da nota que colocarei hoje. Vou explicar. A imprensa local da cidade paulista de São José do Rio Preto quase publicou: "segundo a Delegacia de Polícia lixamento de motorista de ônibus de companhia paulista foi gerada pela falta de consideração com os clientes". Hipérboles à parte, passamos a viagem inteira reclamando das horríveis condições do ônibus. Até que às 22h da noite, depois de diversas paradas para improvisação do motorista na caixa de câmbio, que quebrAVA, o veículo precisou ser definitivamente encostado até a chegada de um mecânico. Em uma parada o motorista perdeu a carteira no acostamento. Ninguém havia jantado. Estávamos todos furiosos, inclusive o motorista, que depois de alguma explicação - lógica - convenceu a massa de aproximadamente 40 pessoas, de que ele também era vítima daquela situação, visto que a Viação Motta não melhorava os ônibus há muito tempo e ele só tinha aquele emprego. O mecânico chegou ao ônibus estacionado no acostamento da rodovia, deu um jeitão para chegarmos à cidade Rio Pretense, a mais próxima. Lá, finalmente jantamos, e enquanto isso, achávamos que o ônibus estava sendo trocado, obviamente, porque não havia outro carropior que "aquele", e "aquele", já estava decididamente no ferro-velho. Ou será que não? Tá, não!!! Havia uma garagem nesta cidade, mas não para gente. Quando ficamos sabendo pelo motorista que a substituição não seria possível, os passageiros ficaram verdes novamente, agora de enfurecimento, e uma greve expontânea surgiu com faixas coloridas, caras pintadas e pneus queimados na rua, protestando contra aquela viagem. Tá... não teve nada disso. Mas fato é que ninguém subiu enquanto não fosse trocado por um melhor. Não quero de forma alguma passar a imagem ruim do motorista, que fez de tudo por nós, na medida do possível, e me parecia estar muito estressado com aquela situação toda. Até porque aquela devia ser somente mais uma viagem do trabalhador trabalhador (substantivo e adjetivo, respectivamente) que era; e outros casos desses já deviam ter acontecido. No final, outro ônibus chegou, mas, à controvérsia das esperanças de "num carro melhor, lá chegaremos", veio outro quase igual, pode-se dizer gêmeo. Como estávamos todos cansados, encostados em uma praça de São José do Rio Preto, e com a promessa de melhora das condições (inclusive banheiro zerado), subimos e continuamos a batalha. Para finalizar, chegando no Rio de Janeiro, já com outro motorista, o segundo carro quebrou novamente; que precisou ser consertado de improviso. E chegamos (eee!). Falei para minha irmã, que me acompanhou nas duas viagens, que não mais viajaria pela empresa de forma alguma. E assim o fiz.


motta.com.br explora a publicidade Motta:

Apresentação
Hoje, a Viação Motta tem em sua frota os ônibus mais modernos fabricados no Brasil, todos equipados com toalete, poltronas super pulman, som ambiente, geladeira, vidros fumê colados, tapetes, porta copos individuais, terceiro eixo, suspensão a ar, etc.


Visão
Ser reconhecida, ao longo dos próximos três anos, como a melhor transportadora de pessoas, cargas e encomendas nas ligações que executa, buscando sempre a ampliação dos mercados emergentes e a excelência dos serviços prestados


A primeira viagem se escreveu em 1993. A segunda em 2007. Pelo exposto no site, poderíamos pensar que houve uma revolução na companhia, tanto de propaganda quanto de sua infraestrutura. Eu poderia finalizar o post agora, dar a nota e ir almoçar, mas acho merecedor pincelar uma história que foi a fonte da ideia para criticar a companhia. No ano de 2010 a Tais foi viajar de São Carlos para Poços de Caldas (MG). Era véspera de feriadão e a única empresa que fazia este percurso. A mestranda comprou a passagem, mas quis trocá-la por outro horário, com aviso de um dia de antecedência. O guichê, funcionário classificado como "grosso" pela cliente, avisou que o outro ônibus não teria ar condicionado, e por ser reserva, era pior. Aconteceu que ela permaneceu com o horário original para viajar em melhores condições. Porém, 1h após a saída, em Araraquara, o ônibus titular quebrou. Rá! Três horas de palavras-cruzadas na estrada. O ônibus reserva (que tinha sim ar condicionado! e por má-vontade não trocou a passagem!) passou! Fizeram um acoxambre no ônibus da nossa amiga para seguiram viagem.

Porém o ônibus quebrou novamente. Permitindo-me dizer que o ônibus QUEBRAVA! Mais três horas olhando a janela. Até substituírem o carro por um reserva do reserva! Afinal de contas, o "reserva-titular" estava chegando em Poços de Caldas a essa hora. O ônibus fedia e o conforto era péssimo. Ela também falou que nunca mais viajaria de Motta.
Conselho direcionado a qualquer internauta.

Empresa: Viação Motta.
Nota: 0,95.
A empresa vai ter que mudar de nome, carro e cor se quiser recuperar sua imagem comigo. E não me avisar seu nome anterior!

5 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Pow, Pedrollo, a escala é Mello-Oliveira!!!

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  3. Está corrigido, paulixta! Rs.

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  4. Oxe, pelo visto a viação Motta é tipo pau de arara
    aehuahuahe.

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  5. A estrutura dela tem tudo para ser boa, cara...
    Talvez tenha faltado aquele quadro "crítica construtiva" - em geral: respeito dos funcionários e ônibus melhores: tudo!

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